segunda-feira, novembro 26, 2007
Bem-te-vi
Foi carinho que eu vi.
E então mais me comovi.
Era comiseração,
Pela idéia de um coração,
Fadado à inação.
Mas foi esperança que senti,
Quando o vento me assoprou
No canto de um bem-te-vi.
Em terno instante, momentos revivi.
E da vida desnuda, um eterno sorriso colhi,
Por impossível, amor, poder seguir sem ti...
II -
E foi assim,
Neste pós-fim,
Que bem-te-vi,
Ao pôr-de-mim.
Ah, é sim...
É sempre assim
Ah, esse fim...
Me diz enfim,
Destino meu,
Se estás em mim,
Como há de termos fim?!
Em 23.11.2007. E também em 30.11.2007.
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2 comentários:
Eu poderia explicar mais, esmerar-me mais, para dizer da idéia da imortalidade do vivido, guardado não apenas nas lembranças, mas traduzido no efeito do que somos? Talvez tenha sido essa a razão da escolha da face refletida para ilustrar, como que dizendo: o amor está em nós e habita algum lugar adentro... e eis a razão da impossibilidade de seguir sem ele.
Este quarto...
(Mario Quintana)
"Este quarto de enfermo, tão deserto
de tudo, pois nem livros eu já leio
e a própria vida eu a deixei no meio
como um romance que ficasse aberto...
que me importa este quarto, em que desperto
como se despertasse em quarto alheio?
Eu olho é o céu! Imensamente perto,
o céu que me descansa como um seio.
Pois só o céu é que está perto, sim,
tão perto e tão amigo que parece
um grande olhar azul pousado em mim.
A morte deveria ser assim:
um céu que pouco a pouco anoitecesse
e a gente nem soubesse que era o fim..."
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