quarta-feira, abril 04, 2007

Lamed Hey Pey, Vitória sobre meus Vícios


Lamed Hey Pey (*)



Da alegria exposta,
Brotam ciúmes intensos.
Minha tristeza é ignota
A olhares lânguidos.



Deslizando pela superfície
Da fascia que me retém,
A dor é descamuflada
Sob olhares cegos.



O corpo treme e grita:
Lamed Hey Pey!
Um abraço, por favor.
Um abraço, por favor.



Sem contorno eu me esvaio
Já não sou alguém.
E assim, como ninguém,
Sem contorno eu me descravo.



Vitória sobre meus vícios.
Lamed Hey Pey!
Lamed Hey Pey!
Sem eles agora eu vivo?


II

Lamed Hey Pey?
Não permitas à língua a traição!
Leia-me assim, bem devagar,
Ao contrário do primeiro instinto.



Passe-me os olhos,
A partir de trás.
Scaneie-me sim,
Vire-me, não me sacaneie assim!



Meu sentido é avesso
Da direita partem meus olhos.
Abandono erros
Na esperança de canhota retidão?



Persigo eu pura e simples ilusão?
Persegue-me sim funesta desilusão.
Espelho. Refletido. Vertido.
Rio. Suspiro. Vestido.



(*) Lamed Hey Pey é a transliteração do hebraico, cujos caracteres se lêem da direita para a esquerda. Dentro de uma visão cabalística, lendo-se da forma correta 'Pey Hey Lamed', a expressão pode ser traduzida como 'vitória sobre meus vícios'.

BSB, março/abril de 2005.

imagem em http://img157.imageshack.us/img157/3073/roadamareloel9.jpg

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