quarta-feira, junho 27, 2007

Song for Birth Friends

Sounds of your birthday
Sings on me your poetry:
To show you how great,
It looks me your grace.

CWB, 26.06.2007.

segunda-feira, junho 25, 2007

Miramar, um convite à travessia.







Quero a ti,
Em versos decantar.
Fluir-me daqui,
Em riachos desaguar.

Imolei-me em altar,
Chameio-o miramar.
Mirei-me ao mar,
Para a ti entoar.

Vidas a conjugar,
Ele veio e eu também veio*.
Tu veias, nós veiamos,
Todos viam, convenhamos.

Nossas veias desembocar,
Em ondas pelo mar.
Tua poesia a me adentrar,
Minha foz acalentar.

*concessão poética para verbalizar, tornar verbo, a vida que corre em veias, a imensidão do mar de emoções que pulsa em nós.

Vitória-Régia




Rio sem sentido,
Riso sentido.
Lágrimas de chuva,
Meu leito inundam.


Eternamente tal fél,
Ser cova, abandonada.
Indigente, como a mim
Fora indiferente.


Para ti, morri.
Será um dia,
Em ti vivi?


Sepultaste-me em esquecimento.
Regou-me um céu d'acalento.
Floriu em mim contentamento.

terça-feira, junho 19, 2007

É sempre Presente.




De olhar em olhar,
Do que vivi, ao voltar,
Amigos - os verdadeiros,
Parecem sempre os mesmos.



Nestes instantes de memória,
Não há passado,
Sequer eu fui.


É como se a ternura do olhar,
Pudesse todo o Universo encerrar:
É sempre presente, no vórtice do coração.

quarta-feira, junho 13, 2007

Capoeira Up Down Load

Sempre que insistes em me embaralhar,
Capo a poeira pro ar.
Tal ao se alevantar,
Torna-te à visão embaçar.
Faz o equívoco cegar,
E ouvir o coração falar.

terça-feira, junho 12, 2007

Casa para Morar





Dia-a-dia para um lar,
Querem-na morar!
É um colar, é um dar-se em par.


II


Dia-a-dia para amar,
Desejam-se enamorar.
É um tear, doce enlear.


Foto por LiSchulman.

segunda-feira, junho 11, 2007

Os Dervixes Rodopiantes do Sufismo.

Nascido no Oriente Médio no século no século VIII, o pensamento sufi hoje se encontra difundido pelos quatro cantos do planeta. Um exemplo é a Indonésia, a mais populosa nação muçulmana do mundo, onde o Islã foi introduzido através das ordens sufis. Entende-se por sufismo um amplo grupo de correntes e práticas. As ordens sufis (Tariqas) podem estar associadas ao islã sunita, xiita ou uma combinação de várias correntes. Para alguns autores o termo é oriundo da palavra ‘suf’, que significa lã. Acredita-se que os primeiros praticantes desta vertente do islamismo tinham por hábito vestir-se com lã como forma de demonstrar simplicidade, uma provável influência dos ascetas cristãos da Síria e da Palestina. Nos tempos pré-islâmicos, a lã também possuía uma conotação espiritual. Há controvérsias, porém, pois alguns estudiosos acreditam que a origem desta palavra encontra-se na palavra árabe ‘safa’ (pureza).
Conhecido como o lado místico do Islã, o sufismo é uma filosofia de autoconhecimento e contato com o divino através de práticas meditativas, reclusão, danças, poesia e música. Através de uma união mística, os sufis acreditam que podem conectar-se com Deus, que é bom e amoroso. Por este conceito divino foram, muitas vezes, acusados de blasfêmia e perseguidos pelos próprios muçulmanos, pois contrariavam a idéia de um Deus severo, a quem a humanidade deveria se submeter. Um dos maiores seguidores na história do sufismo, Hallad, foi executado por dizer que Deus passara a morar dentro dele, pois havia atingido a total união e harmonia com Ele. Cerca de um século e meio depois, o persa Ghazali, um dos mais respeitados pensadores do mundo e seguidor sufi, disseminava a idéia de que a verdade mística não pode ser aprendida, mas sim experimentada por meio do êxtase.
Para os sufis a origem histórica da sua religiosidade pode ser encontrada nas práticas meditativas do profeta Maomé. Este tinha por hábito refugiar-se nas cavernas das montanhas de Meca onde se dedicava à meditação e ao jejum. Foi durante um desses retiros que Maomé recebeu a visita do anjo Gabriel, que lhe comunicou a primeira revelação de Deus. Entretanto, o ideal do sufismo era ascético, pois acreditavam que Jesus era tão importante quanto Maomé, e o Alcorão tão essencial quanto a Bíblia ou a Torá judaica.
A substância do sufismo é a verdade divina, e seus seguidores a procuram com amor e devoção, através de práticas místicas que conduzem ao Criador. Em seu caminho, buscam eliminar qualquer intermediário entre o indivíduo e Deus. A meta maior é atuar como uma extensão de Deus, não como uma barreira.
Atualmente, muitos praticantes do sufismo o consideram além da esfera do Islã, portanto podendo ser praticado independentemente da religião.

Mavlevi: No Museu Mevlana em Konya, Turquia, devixes rodopiantes realizam seus rituais místicos. Esta ordem deve o seu nome ao poeta Jalai al-Din Rumi, chamado Mevlana em turco (século XIII). Geograficamente, encontra-se circunscrita à atual Turquia e aos Bálcãs. Em suas práticas ‘drikr’, a música e a dança têm um papel preponderante. O exercício de meditação da ordem, denominado ‘sema’, envolve a recitação de orações e hinos, após os quais os participantes realizam voltas à sala, numa dança em que abrem os braços à altura dos ombros, com a palma da mão baixo. No Ocidente, conhecemos essa ordem como a dos ‘dervixes rodopiantes’.

Chishti: Batizada assim devido à Khaja Mu’in al-Din Chisti, que embora afegão, radicou-se na Índia, onde ensinou um grande número de discípulos. Estes discípulos, por sua vez, criaram centros por todo o subcontinente indiano através dos quais difundiram os ensinamentos de Chishti. O ‘drikr’ (forma de meditação) característico desta ordem é um tipo de interpretação musical chamado qawwali, no qual um grupo de músicos entoa cantos religiosos num ritmo sincopado.

Naqshbandi: Muito difundida no mundo islâmico, esta ordem é assim batizada em homenagem a Baha al-Din Naqshbandi, um erudito sufi natural do Uzbequistão. Não consideram essencial retirar-se da sociedade (ao contrário das outras ordens). Muitos membros desta ordem desempenham um importante papel de assistência social em países islâmicos. Consideram como fundamentais oito princípios: ter consciência da respiração, ver por onde se caminha, viajar interiormente, experimentar a solidão no meio da sociedade humana, a recordação, o refrear dos pensamentos, o controle dos pensamentos e a concentração no Divino.

Matéria retirada da Revista 'Medalhão Persa', págs. 17/18, Ano 3, Edição 20-2007.