segunda-feira, junho 11, 2007

Os Dervixes Rodopiantes do Sufismo.

Nascido no Oriente Médio no século no século VIII, o pensamento sufi hoje se encontra difundido pelos quatro cantos do planeta. Um exemplo é a Indonésia, a mais populosa nação muçulmana do mundo, onde o Islã foi introduzido através das ordens sufis. Entende-se por sufismo um amplo grupo de correntes e práticas. As ordens sufis (Tariqas) podem estar associadas ao islã sunita, xiita ou uma combinação de várias correntes. Para alguns autores o termo é oriundo da palavra ‘suf’, que significa lã. Acredita-se que os primeiros praticantes desta vertente do islamismo tinham por hábito vestir-se com lã como forma de demonstrar simplicidade, uma provável influência dos ascetas cristãos da Síria e da Palestina. Nos tempos pré-islâmicos, a lã também possuía uma conotação espiritual. Há controvérsias, porém, pois alguns estudiosos acreditam que a origem desta palavra encontra-se na palavra árabe ‘safa’ (pureza).
Conhecido como o lado místico do Islã, o sufismo é uma filosofia de autoconhecimento e contato com o divino através de práticas meditativas, reclusão, danças, poesia e música. Através de uma união mística, os sufis acreditam que podem conectar-se com Deus, que é bom e amoroso. Por este conceito divino foram, muitas vezes, acusados de blasfêmia e perseguidos pelos próprios muçulmanos, pois contrariavam a idéia de um Deus severo, a quem a humanidade deveria se submeter. Um dos maiores seguidores na história do sufismo, Hallad, foi executado por dizer que Deus passara a morar dentro dele, pois havia atingido a total união e harmonia com Ele. Cerca de um século e meio depois, o persa Ghazali, um dos mais respeitados pensadores do mundo e seguidor sufi, disseminava a idéia de que a verdade mística não pode ser aprendida, mas sim experimentada por meio do êxtase.
Para os sufis a origem histórica da sua religiosidade pode ser encontrada nas práticas meditativas do profeta Maomé. Este tinha por hábito refugiar-se nas cavernas das montanhas de Meca onde se dedicava à meditação e ao jejum. Foi durante um desses retiros que Maomé recebeu a visita do anjo Gabriel, que lhe comunicou a primeira revelação de Deus. Entretanto, o ideal do sufismo era ascético, pois acreditavam que Jesus era tão importante quanto Maomé, e o Alcorão tão essencial quanto a Bíblia ou a Torá judaica.
A substância do sufismo é a verdade divina, e seus seguidores a procuram com amor e devoção, através de práticas místicas que conduzem ao Criador. Em seu caminho, buscam eliminar qualquer intermediário entre o indivíduo e Deus. A meta maior é atuar como uma extensão de Deus, não como uma barreira.
Atualmente, muitos praticantes do sufismo o consideram além da esfera do Islã, portanto podendo ser praticado independentemente da religião.

Mavlevi: No Museu Mevlana em Konya, Turquia, devixes rodopiantes realizam seus rituais místicos. Esta ordem deve o seu nome ao poeta Jalai al-Din Rumi, chamado Mevlana em turco (século XIII). Geograficamente, encontra-se circunscrita à atual Turquia e aos Bálcãs. Em suas práticas ‘drikr’, a música e a dança têm um papel preponderante. O exercício de meditação da ordem, denominado ‘sema’, envolve a recitação de orações e hinos, após os quais os participantes realizam voltas à sala, numa dança em que abrem os braços à altura dos ombros, com a palma da mão baixo. No Ocidente, conhecemos essa ordem como a dos ‘dervixes rodopiantes’.

Chishti: Batizada assim devido à Khaja Mu’in al-Din Chisti, que embora afegão, radicou-se na Índia, onde ensinou um grande número de discípulos. Estes discípulos, por sua vez, criaram centros por todo o subcontinente indiano através dos quais difundiram os ensinamentos de Chishti. O ‘drikr’ (forma de meditação) característico desta ordem é um tipo de interpretação musical chamado qawwali, no qual um grupo de músicos entoa cantos religiosos num ritmo sincopado.

Naqshbandi: Muito difundida no mundo islâmico, esta ordem é assim batizada em homenagem a Baha al-Din Naqshbandi, um erudito sufi natural do Uzbequistão. Não consideram essencial retirar-se da sociedade (ao contrário das outras ordens). Muitos membros desta ordem desempenham um importante papel de assistência social em países islâmicos. Consideram como fundamentais oito princípios: ter consciência da respiração, ver por onde se caminha, viajar interiormente, experimentar a solidão no meio da sociedade humana, a recordação, o refrear dos pensamentos, o controle dos pensamentos e a concentração no Divino.

Matéria retirada da Revista 'Medalhão Persa', págs. 17/18, Ano 3, Edição 20-2007.

7 comentários:

Anônimo disse...

podreeeeeeeeeeee

Anônimo disse...

não ligue para essas pessoas que escrevem bobagens sobre esse blog e não tem a dignidade de se identificar :) o seu blog é óóóótime amiga ;* mil

bye honey ^^'

Radamés Rodrigues disse...

Salaam aleikum (que a paz esteja convosco)Cláudia...

Puxa vida que legal ler sobre o sufismo aqui! Achei muito boa a sua máteria e acho muito importante este dialogo com asescolas de pensamento existentes dentro do Islã. Só tome cuidado na hora de separar sufismo do islã, pois, quando cometemos este equivoco, somos remetidos a um ponto... O Tassawuf que é a ciência e não sufi que é um termo generico e erroneo, aplicado no ocidente... é composto em 70% da sunnah (tradição do profeta Muhammad, ou como os ocidentais chamam, maomé)o segundo ponto é que o transe espiritual ao contrario do que é difundido não acontecem em todas as tariqas, e não se esqueça... que como o sufismo é uma ciência empírica, o transe ou a quebra do véu é proíbido, na verdade, o sufi estuda a ligação com Allah, porém quando ele cai em transe atraves de uma prática esta é abandonada por se mostrar perigosa! O verdadeiro sufismo não pode ser praticado fora do islã se não torna-se ocultismo e pecado, todas as tariqas sufis se concideram muçulmanas e a maioria das musicas sufis é composta pela shahada (testemunho de fé que marca o ritual de conversão ao islamismo, é composta das frases La illa ha illa Allah Muhammadun Rasulillah - Só a uma divindade que é Deus e Muhammed é o mensageiro de Deus)Como você pode ver pensar sufismo fora do islã é impossivel, acontece, mas este ao inves de ser para aproximar o homem de Deus, o distancia e o joga num caminho perigoso! Mas estou muito feliz de ler sobre o sufismo aqui e sobre a tariqa Nasqbandya que talvez seja a maior tariqa sufi, quanto a Mevlana os dervixes rodopiantes não entram em transe tá, eles ficam de olhos fechados porque é uma tecnica para não haver tonturas e se você algum dia tiver a oportunidade de assisti-los praticando sarma, se prestar a atenção vai ver que eles recitam as suratas (capítulos do alcorão) o tempo todo. Quanto a Chishti, tome cuidado... tive a oportunidade de ver alguns videos e ler a respeito, é muito perigoso, o transe não é dedicado a Deus, eles são politeistas. Bom enfim... foi muito legal o bate papo... e mais uma vez parabéns pela iniciativa!
até logo
Rakim

hafiza disse...

Salam Aleikum!!!Vosse sabe si hay comunidad sufi aqui en Florianopolis? Eu so Hafiza de Argentina y moro aqui en florianopolis hace poco tiempo. gracias!
vosse pode responderme al mail:
almainti@yahoo.com.ar

Anônimo disse...

Tmb estou à procura de uma comunidade em fpolis ... rafabischof@hotmal.com.
Obrigado.

Unknown disse...

Ola, eu tambem gostaria de saber se tem um lugar de reuniao aqui em florianopolis. jimena_jime@hotmail.com
Obrigada

Unknown disse...

Olá, tmb gostaria de saber se existe algum grupo de dança e estudo do sufismo em florianópolis!