terça-feira, setembro 30, 2008

Memórias sentimentais de João Miramar, para histórias de vidas relembrar

João Miramar já esteve por aqui antes, num certo março de 2007. Oswald de Andrade, com o seu crackar, verbo deveras irregular, também... assim como uma certa poesia que batizei de miramar, que de tantas terminações em ar, - a rima mais pobre da nossa língua portuguesa, se bem que para mim pobreza ou riqueza é questão de know-how,- teve o dom peculiar de deixar certos leitores sem ar... sensação que se aproximava da busca do combustível essencial que impele a seguir em frente, sempre com mais urgência quando a realidade vigente, cambaleante, começa a se desfacelar e se inicia o caminhar à beira do não-sonhar. E hoje aqui retornam todos, nesse incerto setembro de 2008...

Dentre muitos dos sonhos americanos, talvez o mais caro seja o ter casa para morar... oxalá possam os primos do sul também desse sonho compartilhar, livres dos efeitos não só do crackar*, mas principalmente do crackear...

Memórias Sentimentais de João Miramar


Eu empobreço de repente
Tu enriqueces por minha causa
Ele azula para o sertão
Nós entramos em concordata
Vós protestais por preferência
Eles escafedem a massa

Sê pirata
Sede trouxas

Abrindo o pala
Pessoal sarado.

Oxalá eu tivesse sabido que esse verbo era irregular.


(verbo crackar inventado por Oswald de Andrade, baseado no crack da Bolsa de Nova York em 1929, que nesse setembro de 2008 retorna às luzes da ribalta...)

fontes: www.wikedia.com e http://www.lumiarte.com/luardeoutono/oswald/index.html.

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