quinta-feira, outubro 16, 2008

Alethéia e Ser-aí




"Pois falar da linguagem talvez seja ainda pior do que escrever sobre o silêncio". Martin Heidegger

"A linguagem está aí. É um emergente. Agora que emergiu, jamais saberemos quando, nem como começou, nem como era antes que fosse". Jacques Lacan

"O acolhimento singelo do sujeito interpretante como ideal (logo, capaz de ser acoplado por qualquer intérprete) esbarra no velamento da questão do ser-aí. Desvelando-se o sentido e a verdade do ser-aí, a pretensão da hermenêutica informada pela Filosofia da Consciência de chegar ao significado primevo dos entes somente pode ser feita singularmente e não mais de maneira universal. Sendo assim, a verdade é a verdade relativa do ser-aí. Diante dessa constatação, existe uma batalha contra a inautenticidade (a autenticidade mal-compreendida) e também em se rever a questão da hermenêutica jurídica; especialmente na abjuração das formas clássicas, legados da Filosofia da Consciência, porém ainda prevalente no senso comum teórico dos juristas".

A partir de um link entre Carnelutti e Heidegger, é possível "demonstrar que da compreensão do ser-aí não se pode fugir, por se estar envolvido desde sempre na existência (ontológica) do indivíduo. E essa existência se dá pelas (in)compreensões do mundo e do lugar ocupado (no mundo) e também pelas (in)compreensões que se tem delas próprias, deslizando de forma infinita no significante (LACAN). O referido movimento de ontologia fundamental demonstra que a interpretação do ser-aí é feita pelo ser-aí para o ser-aí, constituindo a existência de seu próprio alicerce. Sem se dar conta disso, incorre-se nos equívocos da Metafísica. Por outro lado, 'a questão do ser-aí envolve o reconhecimento da historicidade do próprio homem, por seu lugar na história que, todavia, o transpassa".

Excertos a partir da apresentação feita por Sylvio Lourenço da Silveira Filho, em discussão acadêmica do texto base denominado "Decisão Penal: a bricolage de significantes - capítulo 5: limites à epistemologia garantista", por Alexandre Morais da Rosa (http://lattes.cnpq.br/4049394828751754), parte do programa de pós-graduação em direito da Universidade Federal do Paraná - UFPR, disciplina 'crítica do direito processual penal'.

Alethéia diz respeito ao modelo binário heideggeriano de análise, que se dá através do jogo velamento-desvelamento dos significantes do ser-aí, que volta e meia pode ser observado flainando por aqui e acolá, de acordo com a rosa dos ventos...

Um comentário:

Anônimo disse...

É um blog exeleeeeente :D paaaaaaaaaaapow