sexta-feira, junho 27, 2008

Óliossom





Hoje, se eu pudesse, traria aqui umas fotos lindas, do tipo, imagino, que a grande maioria gostaria de consumir: uma mãe linda, uma menininha mais bonequinha impossível e um cachorro com cara de mui amado. Mas nem sei se esses registros que me alegraram tanto deveriam mesmo estar aqui, considerando que há certas coisas, creio eu, que devem permanecer na privacidade da intimidade, para preservar o imenso valor que possuem. É que dizem alguns que olho gordo só atrapalha... e os meus, sinceramente, tenho que convir que ficaram cheios, não de inveja, mas de comoção e alegria, por ver a felicidade da minha amiga que foi tentar a vida no mundo novo, já nosso velho conhecido, principalmente para quem é da América, porém a localizada mais ao sul da linha do Equador...A Alice, que foi para o País das Maravilhas, e hoje tem uma linda filha de nome Thaísa!

"Je rêve de toi' é o nome de uma banda, que em francês quer dizer sonhando contigo, que compôs uma música que eu também queria reproduzir aqui, de nome Alysson, mas cuja pronúcia rápida eu prefiro escutar como se fosse dizer: 'óliosom' legal desse casal, no www.myspace.com/jetoi (que na minha língua se diz jetôá!!!) Escolhi escrever ólioson, sem, entretanto, duplicar os 'ésses', como se fosse uma primeira tentativa de ligar palavras, por quem desconhece a necessidade de se reforçar, na minha língua, a pronúncia das consoantes 'r' e 's', quando se encontram em meio a duas vogais, para que o som não saia pelo nariz... 'Óliosom' é grafia para uma leitura fraca, enquanto 'Óliossom', em dupla, ganha força de pronúncia! Eis que me soa como uma boa correlação refletir, também, acerca da diferença entre olhar para o invisível e visualizar o que não se mostra, nesse encontro, aqui por exemplo, consonantal. Algo que me remete a estar em consonância, sintonia, sons... que se propagam exatamente pela existência do invisível, o ar, aquele que não tem cor nem forma. E ao prosseguir pelos caminhos a que nos levam esses 'erres&esses', ou 'erros&ossos', se preferirem, na brincadeira de juntar e aglutinar, que nos permitem neologismos, eis que surge um novo significante... e se o sentido da palavra se altera, por que não nos alteraríamos nós, na aproximação de dois seres, é o que me pergunto!

Prosseguindo com a mocinha da banda, que estuda percussão clássica, encontrei-me ao final com o som de violinos que fez com que essa música eletrônica tenha-se afinado muitíssimo aos ritmos que meus ouvidos gostam de escutar. Trimilique, para quem não sabe, é o nome do gato do casal... e para quem chegar ao final da música, minha promessa é a de um sol raiando antes do fim, a alumiar a jornada. Não necessariamente aquele famoso pote d'ouro, que se pressupõe ficar ao fim do arco-íris, mas certamente um sol que se inclui dentre aquelas coisas, que diz um famoso comercial, que não têm preço. Então, que tal deixarmos de lado por hoje, que já é sexta-feira, todas aquelas outras coisas que se pode comprar?

Convém, entretanto, antes de ir-me, recomendar a todo desorientado gato que sonhar com tudo aquilo que não depende única e exclusivamente de nós mesmos pode ser perigoso, muito perigoso. Portanto, apreciem a música alheia com toda a prevenção que se exige do viver: uma arte que, sem cuidado, leva inefavelmente à morte. Ponderação que me lembra do que escutei um certo alguém dizer: com a pressa, todo o cuidado é pouco, pois lá na frente a última barreira é a mesma para todos... exceto, talvez, penso eu, para aqueles que, efetivamente, podem enxergar o som, que mesmo viajando pelo invisível, precisa da matéria, seja o ar ou até mesmo a concretude da solidez, que em suas vibrações permite aos surdos o dançar... nisso, o som difere da luz, que pode viajar no vácuo, o que a torna mais rápida, talvez contasse o gato que alcançou o vazio, o nada, como diriam os budistas...



Apreciem com moderação: www.myspace.com/jetoi :))

PS: Alysson foi o nome que se deu a um gatinho cujo 'baba' namorava na língua inglesa e se chamava Aly... Óliossom foi o nome que ganhou um gatinho uruguaio, cujo pai sempre foi tão rápido, que conta a lenda que podia chegar antes do som...justo pq, iluminado, viajava na velocidade da luz ;))

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