segunda-feira, junho 30, 2008

Luzes na escuridão das Asneiras




Essa semana vou começar com um 'Veja' bem, em homenagem à revista homônima, da Editora Abril, que publicou matérias sobre o Big Bang, que trabalha informações sobre as investidas da física acerca da descoberta dos fenômenos que possam explicar o nascimento do universo (links indicados).

Inevitalvemente, como Big Bang nos lembra Einstein, talvez o físico mais notável que se tenha conhecimento, vou falar de asneiras, ou 'einsteneiras', se preferirem. É que, como nos conta Walter Isaacson, em "Einstein, sua vida, seu universo'. Ed. Companhia das Letras, uma vez perguntado sobre qual seria a maior asneira que tinha feito na vida, respondeu o notável (fls. 364/366, ob. cit.): ter acrescentado à teoria da relatividade uma 'constante cosmológica', que representava a força 'repulsiva'. 'Ela foi inventada para compensar a atração gravitacional que, se as estrelas não estivessem se afastando uma das outras com velocidade suficiente, traria todas para o mesmo ponto'. Mas continua o biógrafo: "Noutras palavras, a constante cosmológica, que ele inventara com relutância para dar conta de um universo estático, aparentemente não era necessária, já que o universo estava na verdade se expandindo (*Como mostrou Eddington, o termo cosmológico provavelmente não teria funcionado nem se o universo tivesse se revelado estático. Como ele exigia um equilíbrio tão delicado, qualquer pequena perturbação teria causado uma expansão ou contração no universo)... Obviamente, ela teria sido mais emocionante se Einstein tivesse confiado em suas equações originais e simplesmente anunciado que a teoria da relatividade geral previa que o universo estava se expandindo. Se ele tivesse feito isso, a confirmação de Hubble da expansão, mais de uma década depois, teria tido o mesmo impacto que a confirmação de Eddington da previsão de que a gravidade do Sol se curvaria aos raios de luz. O big bang poderia ter se chamado o bang de Einstein, e aquela teria entrado para a história, assim como no imaginário popular, como uma das descobertas teóricas mais fascinantres da física moderna'. Mas, do jeito que foi, Einstein só teve o prazer de renunciar à constante cosmológica, da qual jamais gostara... Na verdade, as asneiras de Einstein eram até mais fascinantes e complexas que os triunfos de cientistas menores. Não foi simples banir o termo das equações de campo. 'Infelizmente', diz Steven Weinberg, ganhador do Nobel, 'não era tão fácil simplesmente abandonar a constante cosmológica, porque qualquer coisa que contribua para a densidade de energia no vácuo age exatamente como uma constante cosmológica". No fim, a constante cosmológica não era só difícil de eliminar como ainda é necessária para os cosmólogos, que hoje a usam para explicar a expansão do universo, a qual está se acelerando. A misteriosa energia escura que parece causar essa expansão age como se fosse uma manifestação da constante de Einstein. Em conseqüência disso, duas ou três vezes por ano novas observações produzem relatos que levam a frases semelhantes à seguinte, de novembro de 2005: 'A genialidade de Albert Einstein, que acrescentou uma 'constante cosmológica' à sua equação para a expansão do universo mas depois a retirou, pode ser provada com uma nova pesquisa'.

Bem, para continuar brincando de Verso e Multiverso, isso requer um certo empenho, que faz os neurônios suarem! Assim, prefiro pegar carona em versos do próprio baba, Einsten, a partir da resposta à quadrinha que físicos de Zurique lhe enviaram:

"As dúvidas estão encerradas
Enfim foi descoberto:
a luz pode ser curvada
E Einstein de glórias coberto!"


Ao que respondeu o gênio, referindo-se ao eclipse:

"Com a luz e o calor o Sr. Sol nos ilumina
Mas não ama quem reflete e imagina.
Concatena então por anos sem conta
Como manter seu segredo de monta!
Eis que chegou a visitante lunar;
De alegria, ele quase esqueceu de brilhar.
Seus segredos mais profundos perdeu
Eddington, bem sabe, a foto bateu".
(ob. cit., pág. 274).

E continuo eu com uma popular quadrinha em língua espanhola:


"Ajá está la luna,
Comiendo azeitunas,
Pícara la luna,
No me dá ninguna"!


É, porém, da língua italiana que empresto o ciao, para dizer, num misto de olá e adeus, que vou mas volto! E volto para, depois de terem lido as matérias que seguem, em especial entitulada 'O que havia antes do tempo...', que procura aproximar os ditos da ciência com ditos milenares, difundidos através das religões, falar do 'Bindu": o ponto dentro do ponto, como nos ensinam as vertentes do Yoga. Pois não é que, no final de muitas contas, dentre tantas boas e má-temáticas, é só abrir a boca, deixar o ar passar e coração pulsar sem obstruções, para chegar-se ao som primordial do OM, que muitos ensinam a pronunciar AUM... como se fosse a forma abreviada de abrir-se a boca, numa sequência rápida das vogais aeiou, para depois de fechá-la, continuar vibrando, enquanto o ar se esvai pelo nariz, até que as caraminholas da caixola possam compreender esse simples que não é fácil!


PS. É de bom alvitre avisar que, brevemente, corro o risco de ser mal-interpretada, se eu arriscar contar a historinha da menina nascida numa cidade, conhecida por ser o fim do mundo, chamada Curitiba, que afirmou que um dos caminhos, não o único, por suposto, extremamente benéfico rumo à iluminação, é 'ir tomar no sacro'... ;))

http://veja.abril.ig.com.br/250608/p_076.shtml
http://veja.abril.ig.com.br/250608/popup_inicio.html
http://veja.abril.ig.com.br/250608/p_086.shtml
http://veja.abril.ig.com.br/250608/popup_experimento03.html
http://veja.abril.ig.com.br/250608/p_098.shtml
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http://veja.abril.ig.com.br/250608/popup_098e.html
http://veja.abril.ig.com.br/250608/popup_098f.html
http://veja.abril.ig.com.br/250608/popup_098g.html
http://veja.abril.ig.com.br/250608/popup_098g.html
http://veja.abril.ig.com.br/250608/p_122.shtml
http://veja.abril.ig.com.br/250608/p_126.shtml
http://veja.abril.ig.com.br/250608/p_130.shtml

http://super.abril.ig.com.br/superarquivo/2006/conteudo_475894.shtml

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