terça-feira, agosto 16, 2005

A conexão da comunicação.







Bem, se o Murilo lê ou não o que escrevo aqui eu não sei. Mas que continua sempre a me auxiliar e instigar com a peculiar postura dos céticos agnósticos - que tanto adoro, creiam-me mas sem me perguntar o porquê-, isso é inquestionável.

Por hora, uma breve transcrição de um artigo de autoria de um Phd, Dr. Stanley Krippner,* que dá um baile nas minhas pinceladas empíricas mas de coração sincero, que é de onde brotam as nossas mais profundas verdardes. De olhos bem abertos!

Ah, e qualquer semelhança entre orkut, internet, parabólicas, Jornadas nas estrelas - a trilogia entre Capitão Kirk, Spock e o Dr.??? (esqueci o nome) e a profetizada recém-descoberta astronomicamente astrológica de Quíron, é loucura, loucura, loucura! Absolutamente irracional.

"Conexão e Comunicação"

"Pelo fato de as teorias da complexidade serem transdisciplinares, podem ajudar a tornar compreensível a intricada dinâmica da mudança bio-psico-sócio-cultural humana. Sem reduzir o estudo da psique à física, essas abordagens oferecem poderosas ferramentas conceptuais utilizáveis para se trabalhar no sentido de um entendimento unificado das dimensões cognitiva e afetiva das ordens humana, social e natural do cosmos (Laszlo & Krippner, 1998, p. 30). Visto que um "sistema" complexo pode ser visto como um padrão de componentes em interação, tanto a "mente" quanto a "matéria" podem interagir numa dança não-dualística que lembra o conceito taoísta de yin/yang. Há sempre um pouquinho de yang em todo yin, e um pouquinho de yin em todo yang; nenhum deles é primário e ambos são necessários um ao outro e ao todo. Novas propriedades podem surgir de um sistema, mas permanecem sendo parte de uma unidade indivisível.

Esse insight motivou J.L. Randall (1975) a propor que o pensamento de sistemas pode levar em conta fenômenos parapsicológicos mais facilmente do que uma abordagem ou mecanicista ou dualista. Foi também proposta uma abordagem de sistemas complexos como maneira útil de estudar os "potenciais transcendentais da psique... em vários níveis de complexidade," como revelados na meditação, ioga, e diversos estados alterados (Krippner, Ruttenber, Engelman, & Granger, 1985, p. 111-112). Usando insights da teoria do caos, Christine Hardy (1998) leva em conta fenômenos parapsicológicos em seu conceito de "campos de consciência," substituindo noções clássicas de "tempo" e "espaço" por constructos tais como "proximidade semântica, intensidade, e coerência" (P. 194). Essas "redes de significado" não apenas estabelecem uma ponte entre "mente" e "matéria" como permitem um modo novo de compreender tais sistemas complexos como "campos de consciência."

Desde seu nascimento em meados do século 20, a teoria dos sistemas manteve que o todo é mais do que a soma das partes. Décadas mais recentes acrescentaram a dimensão da complexidade, dando origem à teoria dos sistemas complexos e oferecendo a compreensão de que o todo é também diferente da soma de suas partes. Enquanto isso, os teóricos do caos falam de "bifurcações", ou transições, não lineares e frequentemente indeterminadas entre estados do sistema. Tais bifurcações podem refletir transformações revolucionárias no desenvolvimento de indivíduos e sociedades. Centros de mudança de poder, os padrões ordenados são subvertidos, e o caos da transformação dá lugar a novas eras de relativa estabilidade. Essas eras podem demandar a criação de mapas cognitivo-afetivos novos e mais apropriados, bem como de mitos pessoais e culturais revisados -- em outras palavras, novas maneiras de ser. O campo do "projeto de sistemas evolutivos" é um campo rigoroso, criador do futuro, auto-regulador, de investigação e de ação (por exemplo, Banathy, 1996). As bifurcações têm o potencial de se tornarem emancipatórias na medida em que surgem novos mapas e mitos que oferecem melhor entrosamento entre as novas realidades em surgimento dos indivíduos e de suas sociedades. Entretanto, esse resultado depende do grau de escolha possível, e da determinação das pessoas de projetar seus próprios futuros. A liberdade é um dos resultados em potencial, mas outro é o autoritarismo em todas as suas formas (por exemplo, cultismo, fascismo). Por ter gerado hipóteses que podem ser testadas pelos empíricos, o paradigma da auto-regulação pôde ser levado a sério por indivíduos e grupos influentes que são "atores" de peso em ciência, tecnologia, academia, a mídia, e até na política. O paradigma da auto-organização evita rótulos desgastados como "mente" e "matéria," mas respeita visões do mundo não lineares tais como as dos povos indígenas e a filosofia oriental. Desqualifica a categorização semântica das pessoas de acordo com sua "raça," "etnia," e "religião," os clichês que respondem pela maioria das três dúzias de conflitos armados e sangrentos que estavam tendo lugar no início do século XXI. Nas mãos de líderes sábios, e com a ajuda dos "atores influentes" da boa vontade, esse paradigma holístico poderá abrigar um potencial de ajudar a espécie humana a re-visar-se de maneira que assegure a própria sobrevivência. Diante da alternativa, vale mais do que a pena considerar esta possibilidade."

"All Mind? No Matter": The Self-Regulation Paradigm Stanley Krippner, Ph.D. Saybrook Graduate School and Research Center.


Quando resolvi transcrever esse artigo, jamais poderia imaginar que teria o prazer de conhecer o seu autor pessoalmente e registrar esse momento. Fotos anexas tiradas em Curitiba, abril de 2006, onde também se vê, na primeira, da direita para a esquerda Christine Hardy, citada no texto, Steven Pritzker, eu, Stanley Krippner, Stefan J. Kasian e Jalmir Brelaz de Castro. Na segunda, eu com Stanley e Stefan.

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