segunda-feira, agosto 15, 2005
Janela d'alma.
Ontem foi um dia dessas felizes sincronias da vida. Já na cama, deu uma vontade de assistir a um clip, antes de me entregar ao sonhos. E qual não foi a minha surpresa, quando me deparei com um documentário que deixei passar no cinema e nunca encontrei em locadora: Janela d'alma, mostrado por um programa televisivo chamado Cadernos de Cinema.
Quero aqui trazer um pouco das impressões. Ligeiras, pois se pudesse reproduziria a sua íntegra.
Registrar a necessidade do equilíbrio entre o VERBO e a IMAGEM, que se desconectada por algum transtorno traumático pode gerar a Síndrome de Capgras, quando o sujeito reconhece a imagem da pessoa vista, porém dissociada da percepção de sua representação afetiva, passando a crer que vê impostores.
Lembrar do depoimento do velhinho de longos cabelos brancos, cujos olhos nunca se fixam em lugar algum, dizendo que não sabe como as pessoas o vêem, mas sabe como as vê, terminando por concluir: na verdade, os olhos são a entrada das percepções, mas enxergamos pelo terceiro olho. Do mesmo jeito que os sons entram pelos dois ouvidos, mas a escuta se opera na nuca. Você nunca reparou que quando a gente escuta com atenção, costuma abaixar a cabeça? Bem, digo eu, lembrando do costume milenar japonês de se expressar abaixando a cabeça... seria para melhor te escutar, lobo-mau?
E confessar que ontem e hoje não consegui meditar e me dei conta do porquê: meus olhos piscavam, mesmo de pálpebras fechadas. Ou seja, a minha concentração num ponto se interrompia constantemente por esse piscar do fluxo de convergência.
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